Por Ribinha da Farmacia Abrantes;
A F-1 tem um novo vencedor. O 103º da história da categoria.
Rosberg fez uma pilotagem perfeita, contou com um erro nos boxes da McLaren, e venceu nesta madrugada o GP da China.
Levou 111 provas para isso. E encerrou um jejum incômodo: de zero ponto nesta temporada, pulou para 25.
Um resultado com pitadas históricas. A equipe Mercedes não vencia uma corrida na F-1 desde o GP da Itália de 1955, com Fangio. E Rosberg tornou-se apenas o segundo filho de campeão mundial a vencer na categoria, seguindo os passos de Damon Hill.
Button foi o segundo colocado. Hamilton completou o pódio.
Uma corrida estratégica. Pneus esfarelando, muitíssimos pits e pouca disputa na pista, lembrando o início do ano passado.
Depois de provas tão boas na Austrália e na Malásia, o GP da China decepcionou um pouco. Principalmente partindo de um grid tão interessante.
Na largada, Rosberg disparou na frente, sem ser ameaçado.
A largada em Xangai (Liu Jin/AFP)
Schumacher demorou um pouco pra sair, mas manteve a segunda posição. Button foi bem: pulou de quinto para terceiro.
O top 10 ao fim da primeira volta: Rosberg, Schumacher, Button, Raikkonen, Hamilton, Pérez, Kobayashi, Alonso, Webber e Massa. Bruno, que deu um totó no compatriota na largada, ganhou duas posições, cruzando em 12º.
Não houve muita emoção nas primeiras voltas, nem com a liberação do uso da asa traseira.
Na sétima volta, Webber parou nos boxes para trocar os pneus macios pelos médios. Deu certo. Na oitava, ele cravou o melhor tempo até então.
Pronto, outros começaram a fazer o mesmo. Na nona volta, Kobayashi parou para trocar os pneus. Na décima, Hulkenberg. Na 11ª, Raikkonen e Hamilton _e o inglês, que colocou os macios, se deu melhor na acirrada dividida na saída dos boxes. Button, Grosjean, Di Resta e Maldonado pararam na 12ª.
Schumacher e Alonso pararam na 13ª, e logo depois o alemão abandonou. “O câmbio quebrou, estou fora da corrida”, disse, pelo rádio.
Não, não foi exatamente isso. O replay mostrou o mecânico da roda dianteira direita indo ao desespero no momento em que o alemão deixou os pits. Alguma coisa estava mal apertada ali. Ficou pelo caminho.
Líder, Rosberg entrou na 14ª volta. E Pérez voltou à ponta de uma corrida, o que durou até a 16ª, quando foi sua vez de colocar os médios.
Massa, que largou com os médios, assumiu a liderança. Mas demorou demais para fazer o primeiro pit. Demais, demais.
Um erro. Enquanto girava em 1min44s, a concorrência estava em 1min42s. Só entrou na 19ª volta. Voltou em 14º lugar. Começava a se desenhar o fiasco do pit wall ferrarista…
Ao fim dos pits, na 20ª volta, o top 10 era formado por Rosberg, Button, Hamilton, Raikkonen, Alonso, Webber, Kobayashi, Grosjean, Vettel e Pérez.
Na 22ª, Webber abriu a segunda janela de pits.
Sim, pit stops de novo.
Hamilton parou na 23ª. Button, na 25ª. Depois pararam Kobayashi, Alonso, Raikkonen, Vergne, Kovalainen, Bruno…
Massa seguia na pista, numa estratégia diferente, de apenas dois pits. Na 30ª volta, Alonso encostou nele. “Faster than you?”
Não, desta vez a Ferrari explicou melhor a situação. “Fernando está numa estratégia diferente. Deixe-o passar”, disse o engenheiro. E o espanhol passou.
Button, na China (Mark Baker/AP)
Lá na frente, Button, de pneus novos, voava e se aproximava de Rosberg. Enquanto o alemão insistia em permanecer na pista, virando 1min43s, o inglês era o mais rápido, na casa de 1min41s. E a diferença entre eles ia despencando.
Rosberg só parou na 34ª, quando sua folga para Button já tinha caído para 14s. E o inglês assumiu a ponta.
McLaren e Mercedes passaram então a fazer contas. Na 37ª volta, Button tinha 8s sobre Rosberg. Os dois parariam. A vitória parecia nas mãos do inglês.
Parecia.
A McLaren só não contava com o erro no pit. O rapaz da roda traseira esquerda se embananou, e o inglês perdeu um temporal. Mais: perdeu, naquele instante, qualquer chance de vitória.
Rosberg venceria sem esse erro? Provavelmente, até porque fez um pit a menos e, mesmo assim, soube conservar bem os pneus. Mas, claro, o problema nos boxes da McLaren deixou sua vida menos difícil.
Na 42ª, Massa parou. Era quinto, voltou em 14º. Que bela estratégia, não?
Faltando dez voltas, Button era apenas o quarto, a 26s3 de Rosberg. Entre os dois Raikkonen e Vettel. Não, não daria mais para ele.
Na 48ª, o finlandês errou e foi superado por Vettel e Button. Na 52ª, Button ultrapassou o alemão. O bicampeão ainda perderia duas posições, para Hamilton e Webber, na penúltima volta.
O top 10 na chegada, Rosberg, Button, Hamilton, Webber, Vettel, Grosjean, Bruno, Maldonado, Alonso e Kobayashi. Massa foi apenas o 13º.
Sobre os brasileiros, duas considerações…
Bruno fez uma corridaça. Largando em 14º, chegou em 7º, à frente do companheiro. Parabéns. Quanto a Massa, largou em 12º e chegou em 13º. É preciso dizer mais alguma coisa sobre a estratégia dele e da Ferrari?
Com o resultado, Hamilton assume a ponta do Mundial, com 45 pontos. Button tem 43. Alonso, 37, seguido por Webber, com 36, e Vettel, com 28. Rosberg é o sexto, com os 25 conquistados hoje.
No Mundial de Construtores, 88 para a McLaren, contra 64 de Red Bull e 37 da Ferrari.
A Mercedes está no páreo? Para lutar pelos títulos, não. Para vencer eventualmente e incomodar, sim.
E que venha (infelizmente) o Bahrein.
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